A Origem da Ideologia do Fascismo


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Bem muitos falam, mas quase ninguém tem argumento para um debate descente sobre o dito assunto então vamos agora postar as origens da ideologia chamada Fascismo italiano

Etimologicamente, o uso da palavra fascismo na história política italiana moderna recua aos anos da década de 1890 na forma dos fasci, que eram grupos políticos radicais que proliferaram nas décadas anteriores à Primeira Guerra Mundial. (ver Fascio para mais informação sobre este movimento e sua evolução).

Em 1928, ainda a doutrina fascista não tinha sido oficialmente definida, W. Y. Elliott, da Universidade de Harvard, considerava que o fascismo revelava um "pragmatismo" decerto recebido de Papini, Pantaleone, Pareto, e Sorel.

A primeira parte do texto Doutrina do Fascismo terá sido escrito por Giovanni Gentile, um filósofo idealista na linha de Hegel, e que serviu como o filósofo oficial do regime. A segunda parte terá sido escrita por Mussolini, mas é este quem assina o verbete e o texto foi-lhe atribuído oficialmente. Nesse texto e nas notas da edição de 1935, dois autores são especialmente referidos como antecessores do Fascismo: Giuseppe Mazzini e Ernest Renan. Entre outros, são também invocados como fontes do "grande rio" que vem a desaguar no Fascismo: Georges Sorel, Charles Peguy e Hubert Lagardelle.

Estabelecer a origem da ideologia do Fascismo, tem gerado muito controversia entre os historiadores. Partindo dos tributos intelectuais efectivamente pagos por Mussolini a Giuseppe Mazzini e Ernest Renan, é possível identificar as raízes fundamentais para o seu nacionalismo e estatismo, e também para o seu culto da acção e da violência. Vários autores têm no entanto procurado encontrar outras raízes, sugerindo que nem tudo aquilo que caracterizou a ideologia fascista tem origem nas ideias de Mazzini e Renan.

Uma vez que tanto Sorel como Peguy foram influenciados por Henri Bergson, aí poderia estar também uma das origens do fascismo. Bergson rejeitava o cientismo, a evolução mecânica e o materialismo histórico de Karl Marx. Bergson falou também de um élan vital como um processo evolucionário. Ambos estes elementos de Bergson aparecem no fascismo.

Hubert Lagardelle, um conhecido escritor sindicalista, foi influenciado por Pierre-Joseph Proudhon, que é a figura inspiradora do anarco-sindicalismo, portanto nos antípodas da doutrina de Mussolini acerca do Estado.

Foram também referidas as influências do tradicionalismo recebidas por Mussolini. Sergio Panunzio, um teórico do fascismo na década de 1920, tinha um passado sindicalista mas a sua influência diminuiu à medida que o movimento se distanciou das suas raízes esquerdistas.

Também se quis ver no conceito fascista do corporativismo de Estado, em particular a sua teoria da colaboração de classes e relações económicas e sociais regidas pelo Estado, semelhança com as ideias expostas pelo Papa Leão XIII na sua encíclica de 1892 Rerum Novarum.

Esta encíclica reflectia sobre a condição de vida dos operários transformada pela Revolução Industrial, criticando o capitalismo e a exploração das massas operárias na indústria, propondo aos católicos com responsabilidade nos governos que acolhessem e respeitassem as reivindicações dos trabalhadores através dos seus sindicatos, protegendo os seus povos da exploração. Pedia também aos Católicos para aplicarem os princípios da justiça social às suas próprias vidas.

Na encíclica criticava-se o conceito de luta de classes e a visão socialista que apontava para a eliminação da propriedade privada como solução para o problema da exploração. Em alternativa, propunha a solidariedade social entre as classes sociais a realizar através da reactivação de um Corporativismo de Associação como o que fora praticado pelas guildas medievais. A ideia era a de se constituírem sociedades políticas nas quais se reconhecesse os diversos sectores do trabalho. Na defesa do Corporativismo de Associação da encíclica papal, se quis ver a defesa do Corporativismo de Estado enunciado por Mussolini. Em flagrante contradição com a doutrina fascista acerca do papel a desempenhar pelo Estado, dizia-se na referida encíclica: "não é justo que o indivíduo ou a família sejam absorvidos pelo Estado, mas é justo, pelo contrário, que aquele e esta tenham a faculdade de proceder com liberdade, contando que não atentem contra o bem geral, e não prejudiquem ninguém." - "O Governo é para os governados e não vice-versa"

O fascismo também se teria baseado em Gabriele D'Annunzio e na Constituição de Fiume, aplicada na sua efémera "regência" da cidade de Fiume. O Sindicalismo teria tido uma influencia no fascismo, pelo facto de alguns sindicalistas se terem cruzado com as ideias de D'Annunzio. Antes da Primeira Guerra Mundial, o sindicalismo era tido como uma doutrina militante para a revolução da classe trabalhadora. Distinguia-se do Marxismo porque insistia que o melhor caminho para a classe trabalhadora se liberar era o sindicato em vez do partido. Em 1908, o partido socialista italiano expulsou os sindicalistas. O movimento sindicalista dividiu-se entre o anarco-sindicalismo e outras tendências mais moderadas. Alguns desses "moderados" terão começado a promover os chamados "sindicatos mistos" de trabalhadores e patrões. Nesta linha de acção, eles teriam absorvido alguns ensinamentos dos teóricos católicos, mas expandindo as teorias de um Corporativismo de Associação para um Corporativismo de Estado, desviando-se das influências de D'Annuzio e aproximando-se de ideais mais Estatistas.

Quando foi publicada a tradução italiana do livro Au-delà du marxisme, de Henri de Man, Mussolini estaria inquieto e escreveu que o criticismo de Man havia destruído qualquer elemento "científico" ainda existente no Marxismo. Mussolini achava que a sua organização Corporativa no Estado, com as novas relações entre trabalho e o capital completamente submetidas ao Estado, iriam eliminar o "conflito de interesses econômicos" e portanto neutralizar o "germe da luta de classes".

Pensadores socialistas que rejeitaram as idéias convencionais, Robert Michels, Sergio Panunzio, Ottavio Dinale, Agostino Lanzillo, Angelo Oliviero Olivetti, Michele Bianchi, e Edmondo Rossoni promoveram essa tentativa de reconciliar o socialismo com o Estatismo.

Agradecimentos: Wikipedia

2 comentários:

Alexandre disse...

Excelente blog, excelente trabalho de divulgação e pesquisa. Continue assim.
Vou indicar para os meus alunos

Anônimo disse...

MUITO BOM ESSE BLOG! VO INDICA PRA TD MEUS AMIGOS AQUI DE LIMEIRA QUE ESTÃO FAZENDO TRABALHO SOBRE O FASCISMO!

RODRIGO