Fascismo e Paganismo


Durante as décadas do Fascismo, o Paganismo não alcançou a mesma expressão pública obtida durante o Nazismo.

Benito Mussolini não parece ter sido um grande entusiasta do paganismo, como Adolfo Hitler. Mussolini considerava-se no entanto um admirador do risorgimento italiano, onde pontificara por exemplo a obra, com assinalável componente pagã, de Giosuè Carducci.

Na primeira fase do Fascismo, Mussolini não hostilizou a Igreja Católica, tendo inclusive subscrito o Tratado de Latrão, através do qual se reconhecia estatuto politico ao Estado do Vaticano, e formalmente a sua independência de acção dentro de Itália.

Mas muito vai mudar no início da década de 1930, com as medidas que Mussolini tomou contra a liberdade de ensino da Igreja, e a proibição da Acção Católica. É nessa altura que o Papa Pio XI reage condenando os erros do Fascismo com a Encíclica Non abbiamo bisogno.

Na luta entre o Estado Fascista e a Igreja católica, desperta então a adormecida componente anticlerical do primeiro fascismo dos fasci di combattimento. Mussolini, ao definir a sua doutrina em 1932, paga já tributo intelectual aos anticlericais Giuseppe Mazzini e Ernest Renan.

E é pela mesma época que começa a ganhar importância o paganismo, acolhendo-se o pensamento do filósofo Julius Evola e do seu ramo Nietzschiano do fascismo, saturado de gnosticismo e de misteriosos e antigos cultos pagãos. Nos anos de 1930, Julius Evola torna-se cada vez mais influente no seio do regime fascista através dos seus amigos Bottai e Roberto Farinacci. Com o estabelecimento do Eixo Roma-Berlim, em 1937, o influxo do paganismo alemão activa ainda mais o paganismo italiano, em guerra aberta com a Igreja Católica. Evola, se bem que se considerasse um racista “espiritual” por oposição ao racismo “materialista” do Nazismo, estava no auge da sua influência no regime fascista quando se proclamaram as leis raciais de 1938.

No pós-guerra, Evola vai manter-se um filósofo activo, vindo a ser um dos autores de referência do paganismo presente em alguns círculos neofascistas da actualidade. Os escritos de Alain de Benoist são outra das suas referências fundamentais.

Agradecimentos: Wikipedia

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